TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO "RODA DE CONVERSA - PARTE 2":


Jairo Grisa

Aprofundando um pouquinho essa questão dos contatos com a imprensa, Deana, como funciona na tua zona eleitoral?




Deana Fanton

Então, como os colegas de Brusque, nós também temos um grupo de Whatsapp com a imprensa. E geralmente a gente atualiza esses contatos no período eleitoral que é o período que a gente tem mais demandas e eles também nos procuram.
E a gente usa principalmente para encaminhar o edital com as datas das audiências públicas. É comum a imprensa pedir qual é a audiência mais interessante, assim, para a gente, para ir lá gravar, fazer uma entrevista, fazer uma filmagem, fazer fotos, o mais interessante para o público. Eu sempre digo que a mais interessante é a de preparação de urnas porque, efetivamente, é um momento em que a gente está preparando as urnas e os eleitores podem ver a gente trabalhando e preparando as urnas para irem para as seções eleitorais.
E a gente sempre orienta, no primeiro dia, vem no começo, a gente vai estar fazendo o VPP, ali geralmente vai estar o juiz eleitoral, o pessoal da OAB, e a gente convida o jornalista para votar. A gente explica como funciona todo o sistema eleitoral, a questão da segurança, ele vota, se ele quiser filmar ele pode também. Então a gente traz a imprensa para participar e entender o processo eleitoral como ele realmente é.




Jairo Grisa

E alguma eventual solicitação, eles fazem também pelo grupo, de que forma eles entram em contato com o cartório?




Deana Fanton

Eles entram em contato pelo Whatsapp do cartório eleitoral e tem um grupo. A imprensa que tem mais abrangência na região, os maiores grupos. Eu tenho o contato deles. Então, às vezes, eles entram em contato diretamente comigo e daí a gente marca a entrevista. Ou, às vezes, entra em contato pelo telefone do cartório eleitoral, mas eu peço que encaminhe as perguntas para mim porque eventualmente eu não tenho tempo, durante o período eleitoral é complicado para a gente, então às vezes eu respondo em casa mesmo.
E tem alguns jornalistas que pedem: pode responder a todas as perguntas no áudio corrente que é mais fácil pra eu ir editando.




Jairo Grisa

Marcos, em Xaxim, como é que funciona essa questão dos contatos? É grupo de Whatsapp também, tem um mailing? Qual é o formato de vocês?




Marcos Vieira

O primeiro contato que eles fazem, eu deixo à disposição o meu contato pessoal. Hoje existem muitos meios de comunicação que desenvolvem suas atividades na própria internet, YouTube, alguns fazem blogs, então a gente procura estar atualizando e estar incluindo eles através de e-mail. Então, quando a gente faz o contato, a gente procura fazer esse e-mail direcionado a todos eles e sempre pedindo para atualizar. A gente também disponibiliza, mais em período eleitoral, e principalmente no dia da eleição, espaço para a imprensa dentro do cartório porque é uma forma de... eles sempre querem estar a par de tudo que acontece no dia da eleição. Principalmente no interior, a eleição é um evento. E a gente podendo trazê-los para dentro do cartório e dar esse espaço, a gente pode estar atualizando e dando material de trabalho para eles. E eles conseguem alimentar a comunidade.




Fabrício dos Santos

Eu deixo um servidor específico gerenciando o grupo de Whatsapp, gerenciando esse tipo de coisa no período eleitoral, apesar de ser eu que acabo tendo o contato. Mas essa questão gerencia o grupo, inclui, eu deixo uma pessoa designada para isso.




Jairo Grisa

Dayse, em Lages, como funciona? Já falou um pouquinho sobre esse contato, mas como vocês acionam e são acionados pela imprensa?




Daisy Dal Farra

Então, hoje o Whatsapp é tudo, né gente? Meu Deus, é muito prático, né? E, assim, não tem horário, como a gente estava comentando. Então tu tá em casa manda um Whatsapp, tu já recebe e aí não importa o horário que for; se é urgente, tu já manda um áudio. Então, lá é o Whatsapp. O que eu acho que é interessante é tu te colocar pessoalmente à disposição. Eu passo meu telefone pessoal. E aproveito quando perguntam, qual é o seu? E já gravo ali também. E quando preciso, já recorro. Nós temos demandas diversas, às vezes não é só no período eleitoral, é fora dele também. E quando a gente precisa, eles estão sempre à disposição.




Ana Patrícia Tancredo Gonçalves

É uma parceria muito boa. Eles estão sempre disponíveis. Nós precisamos deles e eles precisam da gente. Eles querem levar essa informação à sociedade, tudo o que a Justiça Eleitoral faz.




Jairo Grisa

Temos aqui duas cidades grandes que têm sucursais, TV. Ricardo, em Blumenau, os contatos, como vocês gerenciam isso?




Ricardo de Souza

Olha, Jairo, como os colegas frisaram, hoje o Whatsapp, a mensagem instantânea, é o que mais nos atende. Eu como tenho um perfil bem prático e sou objetivo, não gosto de muita formalidade, eu sempre brinco com os colegas da imprensa, lá nossa porta não tem tramela. É um contato desburocratizado, é a qualquer momento, eles mandam um Whatsapp e a gente já combina um horário para fazer uma entrevista ou seja para uma rádio, fazer uma entrevista ao vivo por telefone ou mandar um áudio. É uma forma direta de contato para que possa facilitar tanto para os órgãos, os colegas, a imprensa, quanto para nós.




Jairo Grisa

Adriana, em Chapecó, ano eleitoral, atualização importantíssima dos contatos.




Adriana Festugatto

Exatamente. Aquela tarefa do início do ano que a gente recebe do planejamento da ASCOM de estar atualizando. O que os colegas compartilharam vai justamente reforçando a importância de estar com estes contatos atualizados para ter a rapidez, a agilidade de chegar lá na ponta, no veículo responsável, na pessoa que vai poder realmente atender a Justiça Eleitoral.




Ricardo de Souza

E só complementando o que a Adriana falou, quando é uma sucursal nas cidades maiores há muita troca de jornalistas, de produtores, então essa atualização constante é super importante.




Sylvia Weidemann

Num dos tópicos do curso, foi abordado sobre a importância da gente fornecer informações públicas, como exercício de transparência e até mesmo como uma forma de auxiliar no combate à desinformação. Inclusive, aqui no TRE a gente tem um grupo que faz esse papel do combate à desinformação e entre outras ações, ele faz o quê? Ele auxilia o TSE naquela série que eles têm, “Fato ou Boato”. E a gente queria saber como é que vocês trabalham com esse repasse das informações públicas da Justiça Eleitoral?




Guilherme Benedet

Lá em Brusque nós sempre preparamos esse material com antecedência. Então, a cada eleição, nós fazemos todo um levantamento dos dados estatísticos ou do município, de quantidade de eleitores, quantidade de seções, de mesários e tudo o mais, para sempre poder passar a informação mais completa possível para a imprensa, não só com dados estatísticos, mas também com todas as orientações aos eleitores, as orientações possíveis a gente deixa um documento específico para este fim, inclusive alteração dos locais de votação, que a gente está sempre fazendo atualização. Então a gente procura sempre divulgar os dados mais completos possíveis para a imprensa.




Ricardo de Souza

A imprensa, eu acredito que a gente tem que atender sempre. Até mesmo naqueles momentos que a gente não tem a informação ou não vai conseguir dar a entrevista para o jornalista. Então a gente tem que atender sempre o jornalista. E muitas vezes, o que eles querem é informações de um processo sigiloso. Vamos supor que a gente não consiga dar informações, que às vezes só a autoridade judicial é que vai poder fornecer. Mas, às vezes, você passando o trâmite do processo, que ato processual está acontecendo, hoje está acontecendo a inquirição de testemunhas, hoje é o depoimento. Às vezes informações simples que não vão comprometer o sigilo ou mérito do processo, você já consegue passar para a imprensa, mesmo que você não consiga, não possa dar a entrevista. E também, assim, passar para a imprensa, por exemplo, o acompanhamento processual do PJe, como nesse caso, esse acompanhamento público. E geralmente o que eles querem é informações que vão, na verdade, servir de serviço para a sociedade. Então atender e repassar as informações para a imprensa sempre.




Deana Fanton

Se é na imprensa escrita eu procuro escrever porque acho que sai de forma mais correta. Gosto muito de consultar o site do TRE e do TSE para colocar os links. Eu sempre procuro me colocar no lugar do eleitor, o eleitor vai fazer o alistamento eleitoral, vai fazer uma revisão, quer buscar uma certidão de quitação eleitoral até mesmo para criar essa cultura, tanto com o pessoal da imprensa quanto com o eleitor de buscar as informações no site tanto do TRE como do TSE.




Ana Patrícia Tancredo Gonçalves

Como vocês buscam essas informações, vocês estão sempre lendo as nossas matérias? Como vêem a divulgação nossa, da ASCOM? Se vocês aproveitam essas matérias para o dia a dia com a imprensa?




Fabrício dos Santos

No período eleitoral, eu faço parte do grupo do TRE-Informa, dependendo do contexto da informação eu já repasso no grupo deles porque eles gostam, querem pauta também. E eles mesmos já buscam porque normalmente seguem o link para acompanhar a publicação oficial. Essas informações disponibilizadas pela ASCOM facilitam muito a nossa vida.




Cláudia Andreatta

E como servidora eu, não sei os colegas, mas eu não tenho o hábito de ler o site do TRE, o externo, a gente lê o interno. Então na nossa intranet tem uma área onde tem as publicações da ASCOM, o que está acontecendo, então eu sempre vou olhando ali, vendo a pertinência para direcionar para determinado público e a gente consegue dar um andamento bem melhor do dia a dia do cartório, de rotina cartorária




Adriana Festugatto

Uma boa prática que nós temos em Chapecó vai muito de encontro ao que a Deana relatou de São Miguel que é justamente o envio de pautas, de sugestões para a imprensa. Seria a Justiça Eleitoral apontando para aquela informação que quer que se transforme numa notícia. Eu acho que um exemplo muito forte é a questão das datas das audiências públicas. A gente sabe o quanto esse momento é importante, a questão da transparência, da confiabilidade do processo eleitoral. Como é importante a gente estar divulgando e abrindo para a sociedade esses procedimentos. E a gente observa que eles são muito receptivos com essas nossas sugestões. E em 2022 nós convocamos também uma coletiva de imprensa. A partir, justamente, do disparo de convites pelo cartório. O juiz entendeu que havia um assunto importante para veiculação local que era justamente o não uso dos celulares dentro das seções, então chamamos coletivamente todos os veículos de imprensa local porque achamos que o alcance seria maior para essa informação.




Marcos Vieira

A gente utiliza a ferramenta que possibilita hoje que é a rede social para a gente poder também angariar informações lá. Mas uma das nossas atividades é estar acompanhando o que sai na internet e, principalmente, o que é fato ou boato, que é disponibilizado pelo próprio TSE e aquilo que é orientação explícita na página do Tribunal. Então toda essa informação que é disponibilizada, a gente não pode ficar omisso. A gente tem que estar divulgando. Se ela está disponibilizada no site, nós dentro dos cartórios, também devemos estar propagando ela para que ela tenha o alcance e dando maior importância ao nosso trabalho e também valorizando o nosso trabalho e botando aquilo que é mais importante que o nosso processo é legítimo, legal e ele é confiável.




Sylvia Weidemann

É muito importante isso que a Deana e o Marcos levantaram aqui sobre sempre se indicar todos os canais oficiais da Justiça Eleitoral, o PJe, o site, as redes sociais, além claro das informações que vocês repassam diretamente para a imprensa. Sempre que possível, até mesmo durante as entrevistas, a gente orienta que também vocês informem o site e sugiro que sigam as nossas redes porque isso vai fazer com que a informação de qualidade seja realmente disseminada. E cada curtida, cada interação que a gente ganha na nossa rede social faz com que essa informação de qualidade, o alcance que ela tem, vai ser multiplicado. E isso é muito importante no nosso trabalho como uma ferramenta mesmo.




Adriana Festugatto

Eu acho que vale a pena a gente reforçar as próprias redes sociais do Tribunal hoje como um veículo de comunicação importante. São produzidas matérias com uma linguagem muito fácil. Se a gente puder estar compartilhando isso nos nossos perfis pessoais, dando maior engajamento, a gente também está contribuindo para esse cenário de uma informação de qualidade levando aí para o público.




Marcos Vieira

Uma questão de boa prática que a gente utiliza muito é a gente fazer a divisão daquilo que vai ser passado e pautado, dependendo do órgão de imprensa que nos procura, é quanto ao conteúdo que vai ser passado. Então a gente na nossa localidade, como a gente tem um domínio do eleitor rural e o idoso, a gente sabe que certas localidades a rádio é o melhor mecanismo para atingir. A questão do jovem, quando a gente tem uma campanha institucional do jovem eleitor, a gente procura aquele meio de comunicação, TiKTok ou vai ser aquela rádio que é predominantemente audiência jovem, a gente procura enfatizar aquele meio de comunicação para que chegue aquela informação naquela comunidade. Então a gente faz essa seleção, faz esse direcionamento, que dá resultado.




Jairo Grisa

Vou te dizer então, Marcos, que isso em jornalismo se chama critério de noticiabilidade. Tem uma série de critérios, mas tu vais pensar nesse, por exemplo, do interesse público e do público específico desse interesse público maior. É o critério primeiro que tem que considerar ao encaminhar uma pauta, seja para a imprensa local, seja para a ASCOM. Será que a ASCOM vai aproveitar na intranet, na internet. Fui numa reunião na câmara de vereadores, é algo muito local ou é algo que tem essa possibilidade, visibilidade de interesse público maior ou mesmo de algum público específico que nos interesse”




Cláudia Andreatta

E a linguagem também tem tudo a ver com essa interação porque a linguagem do chamado juridiquês tem que decifrar ele, fazer uma linguagem bem objetiva e bem clara para aquele público-alvo que a gente está buscando para que eles entendam exatamente o que eles têm que fazer. Porque às vezes as pessoas escutam a informação, mas não transformam essa informação em conhecimento.